1 de mar. de 2010

A imagem de Deus

Nessas duas últimas semanas eu li um livro muito interessante: No livro um homem cheio de remorsos, amargura e carregando no coração uma grande perda, recebe um convite de Deus para passarem um final de semana juntos em uma Cabana. O livro é “A Cabana” de Willian P. Young, um livro profundo, que aborda vários temas interessantíssimos e que demandariam vários artigos como esse. Mas gostaria de me concentrar hoje em um tema que achei particularmente interessante. Como Deus se apresentaria a nós se pudéssemos passar um final de semana com ele?

Não vou adiantar como Deus se apresentou no livro (se quiserem leiam, irão adorar), mas tente imaginar como ele poderia se apresentar a nós em um encontro.

Minha primeira imagem de Deus, ainda na infância, era de um homem idoso, saudável, altivo, sábio, branco, alto de barbas fartas... Era o Papai do Céu sentado em seu trono de nuvens e olhando por todos nós.

Em minha adolescência esse velho Senhor passou a ter momentos de ira, castigando e punindo os que não seguiam a sua lei, espalhando as pestes descritas na bíblia e mandando os maus para o inferno.

Já adulto, passei a vê-Lo como uma luz onipresente, um ponto de energia e sabedoria infinitas.

A verdade é que todas essas imagens que tive (e tenho) de Deus são estereótipos implantados por nossa cultura. A verdade é que não tenho a menor idéia de como seria Deus se eu pudesse olhá-Lo. O melhor de tudo é que descobri que não importa como ele seria visto ... o que realmente importa é como o sentimos e o expressamos.

Deus pode ser visto e sentido em todas as coisas, basta olharmos da maneira certa. Podemos vê-lo em belas coisas como o vôo dos pássaros, o céu azul, a imensidão do oceano, o pôr do sol, na música, no sorriso ... em cada pequena coisa do dia a dia.

É difícil enxergá-Lo em momentos de desespero, de agonia. Parece-nos que justamente nas horas em que mais precisamos Dele, Ele desaparece. Mas também podemos vê-Lo em momentos de dificuldade, quando tudo parece perdido e abre-se aquela fresta de luz ... uma saída.

A verdade é que Deus se apresenta de inúmeras formas, a cada segundo de nossa vida, mas insistimos em não olhá-Lo de frente, em não aceitarmos a sua presença.

Meus amigos, a verdade é que quando olho para trás, vejo que estive várias vezes frente a frente com Ele, vejo que Ele se manifestou das diversas e mais variadas formas. Ele se manifestou na mão de minha mãe que acariciava meu rosto, nas palavras sensatas de meu pai mostrando-me o valor do caráter e da ética, no diagnóstico perspicaz de um médico, na atenção do motorista que evitou que eu fosse atropelado, no sorriso e no olhar sincero de minha esposa, no abraço gostoso de meus irmãos.

Deus é presença constante em nossas vidas, não cabe em nossos conceitos e muito menos em nossos estereótipos. A capacidade de ver Deus consiste unicamente na capacidade de amar e expressar esse amor. Quando amamos de verdade, estamos olhando nos olhos de Deus!