4 de jan. de 2015

Post no Facebook em 04/01/2014

Boa noite, meus Amigos.

Tenho boas notícias. Na sexta feira eu tive alta hospitalar (desculpe a demora em contar para vocês) e desde então estamos no apartamento (micro-apartamento, diga-se de passagem) que alugamos aqui em Curitiba. Estou melhorando a cada dia, mas ainda com certa dificuldade em me alimentar e hidratar. Não sinto ainda o sabor dos alimentos e o estômago reclama de qualquer coisa que como, ou seja, tenho tratado comida como se fosse remédio. Em todo caso, cada dia tem sido melhor que o anterior e basta ter persistência e paciência para alcançar a recuperação total.
O caminho para a recuperação total ainda é longo, estou tomando muitos (mas muitos mesmo) medicamentos e durante todo 2015 terei muitas restrições que me impedirão ter uma vida normal. Vejam algumas delas para que possam ter uma ideia:
 - Não posso pegar sol em hipótese nenhuma. Portando as saídas durante o dia só acontecerão em caso de extrema necessidade;
 - Não posso frequentar lugares cheios (shoppings, restaurantes, etc), mesmo nos horários vazios devido à contaminação das superfícies;
 - Não poderei ter contato com crianças menores de 7 anos devido às vacinas de vírus vivos que elas tomam e frequentes doenças nessa faixa de idade;
 - Falando em vacina, assim que meu sistema imunológico tomar um pezinho eu terei que tomar todas as vacinas novamente. O sistema imunológico terá que reaprender a trabalhar;
 - Os alimentos demandam muuuuuuuito cuidado, na compra, armazenamento, confecção e consumo.
A limitação de exposição ao sol é devido à possibilidade de eu desenvolver um câncer de pele nesse período de baixa resistência. Todas as outras limitações que citei são devido ao risco de infecções e/ou doenças oportunistas.
Outro grande risco que corro é a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH). Ao contrário de outros transplantes (rim, fígado, coração, etc) onde existe o risco do transplantado rejeitar o órgão, no transplante de medula ocorre o contrário. A medula transplantada pode reagir contra o corpo do transplantado. O sistema imunológico criado pela medula pode "encarar" um órgão do receptor e pensar "este órgão não me pertence" e atacá-lo como se fosse um corpo estranho.
Por mais esquisito que possa parecer, um pouco da manifestação da DECH é importante para a pega adequada da medula. Portanto o difícil trabalho dos médicos é dosar o imunossupressor e outros medicamentos de forma que permita um certo nível de DECH, mas sem deixar chegar a um nível que crie problemas para mim.
No meu caso a DECH está se manifestando com vermelhidões no corpo, principalmente no pescoço e nas mãos que coçam e ardem, mas nada que incomode muito.
No mais, cada dia tem sido melhor que o anterior. Agora é ter paciência e persistência, como disse anteriormente.
Fiquem com um grande abraço e tenham uma maravilhosa semana, início de um 2015 simplesmente magnífico de muitas realizações para todos vocês e aqueles que amam.

PS: A foto foi nossa comemoração pela alta e pela virada de ano (apesar de já ser dia 02) com Sonia Mendes, Iara e Gislaine Lima.

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